A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, em entrevista à repórter Monica Scaramuzzo, de “O Estado de S. Paulo”, clama para que, neste momento difícil, os empresários “não demitam”. “É um momento difícil que a gente nunca passou. Mas acredito no nosso poder de se reinventar e é um momento que o pânico não nos deixa ver as coisas que estão sendo anunciadas pelo próprio governo para que a gente possa economicamente sair do sufoco. Estou pedindo aos empresários se acalmarem, darem férias e não provocarem desemprego”, afirma uma das mais importantes empresárias brasileiras, também presidente do Grupo Mulheres do Brasil. Demissões, além do desemprego em si, contribuem para reduzir o mercado interno, ou seja, o número de consumidores.
Luiza Trajano sublinha que “proteger a vida é mais importante. Mas a economia também é importante porque ajuda a combater o desemprego. O que tenho falado [aos empresários] é que o confinamento é uma realidade”. Ela postula que o governo, com sua área de saúde, precisa apresentar uma “previsibilidade” sobre o fechamento do mercado. A empresária está correta em parte. Mas os médicos especializados e o próprio governo sugerem que o quadro do coronavírus vai se agravar. Se é assim, não é fácil apresentar a “previsibilidade” cobrada.
A empresária frisa que, nas lojas que não haviam sido fechadas, os clientes “exigiam” o fechamento. “Teve mãe de funcionário pedindo para fechar (a loja). Já tinha um pânico grande. As pessoas estão com medo de se encontrar.”