Detran-Semana Nacional de Trânsito
Início » Antes de desaparecer, indigenista disse que ir à Amazônia era “difícil, cansativo e perigoso”

Antes de desaparecer, indigenista disse que ir à Amazônia era “difícil, cansativo e perigoso”

de Antônio Paulino
21 visitas

O presidente [Jair Bolsonaro] não demarcou um centímetro como ele prometeu. O presidente da Funai, o [Marcelo] Xavier, está lá para isso. É a administração do caos. Não sei não [suspiro]. Difícil, cansativo, perigoso. Vamos simbora.”

Foi dessa forma que o indigenista Bruno Pereira, 41, completou uma de suas respostas ao jornal Folha de S. Paulo durante longa entrevista por telefone semanas antes de viajar pela última vez à terra indígena Vale do Javari, no Amazonas.

A entrevista é de 22 de abril, dia em que se comemora o descobrimento do Brasil. Passados 44 dias, em 5 de junho, Bruno desapareceu nas imediações da terra indígena. Foi assassinado ao lado do jornalista britânico Dom Phillips, 57, que escrevia um livro sobre a Amazônia e contava com a ajuda do indigenista.

Nos cerca de 50 minutos de entrevista, o tom do indigenista variou entre a preocupação, quando tratava da segurança e do risco de mortes dos isolados, e o entusiasmo, com as possibilidades de manter a atuação na defesa dos direitos e liberdades dos indígenas por meio do que chamava de “resistência”.

Quando se referia à Funai, de onde se afastara a seu pedido, Bruno demonstrava abatimento e indignação, em especial quando o tema era a atual gestão do órgão federal, sob comando de Bolsonaro.

0 comentario
0

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário