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Um dia após assassinato de advogados em Goiânia, executores “olharam casas e iniciaram reforma”

de Antônio Paulino
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O suspeito de ser mandante do assassinato de dois advogados foi preso quando passava por Catalão

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) revelou, na manhã desta quarta-feira, 18, detalhes da ação que resultou na prisão do suspeito de ser o mandante do assassinato dos advogados  Frank Alessandro Carvalhaes, de 47 anos, e Marcus Aprigio Chaves, de 41. Ambos foram executados no escritório de advocacia onde trabalhavam no Setor Aeroporto, em 28 de outubro.

Com a prisão do suposto mandante, todos os quatro suspeitos de participarem de alguma forma do duplo homicídio já estão presos. Vale lembrar que um deles – que teria participado da execução ao lado do comparsa – foi morto em confronto com a Polícia Militar em Porto Nacional, no Estado do Tocantins.

Segundo o delegado responsável pela investigação do caso, Rhaniel Almeida, após a prisão do intermediário, responsável por transportar os dois executores para Goiânia, a polícia concluiu que ambos permaneceram na capital entre os dias 21 e 28 de outubro – data do crime.

Para custearem as despesas desse período foram repassados pelo intermediário o valor de R$ 4 mil. O homem responsável pelo deslocamento e repasses foi preso na rodoviária de Porto Nacional em posse do veículo utilizado para transportar os executores até Goiânia.

A partir dessas prisões, das oitivas e da investigação conduzida pelas autoridades, os policiais conseguiram identificar o suposto mandante do crime e montaram uma força tarefa que seria cumprida na manhã desta quarta-feira, 18, na tentativa de captura-lo.

“Essa força tarefa seria realizada no Estado da Bahia, local onde o mandante possui residência. Porém, percebemos que nosso alvo teria se deslocado no sentido Paraná – região sul do País. Com isso, precisamos antecipar nossa ação que terminou com a prisão do indivíduo na altura da cidade de Catalão-GO”, explicou Rhaniel Almeida.

Ainda de acordo com o titular o contrato firmado para execução dos advogados consistia no pagamento de R$ 100 mil caso os indivíduos não terminassem presos. “Se fossem presos, a promessa seria de pagar R$ 500 mil. Talvez por isso a alegação do executor de que teria sido um latrocínio, ou seja, uma tentativa de proteger o mandante na esperança de receber esse valor”, disse o delegado.

Os investigadores concluíram que além dos R$ 4 mil recebidos para se manterem em Goiânia às vésperas do assassinato, os executores receberam outros R$ 5 mil do intermediário após a execução dos advogados. “Além disso, nenhum outro valor foi repassado”, assegurou o Rhaniel.

No entanto, a expectativa dos executores era de receber os valores o quanto antes. “Após o homicídio, eles [os executores] permaneceram apenas um dia em liberdade na cidade de Porto Nacional. Lá, identificamos que a casa de Jaberson [o comparsa morto em confronto] já passava por um processo de reforma, ele adquiriu os materiais de construção e contratou os pedreiros já no dia seguinte ao assassinato. Em paralalelo, o Pedro Henrique passou o dia 29 olhando casas para comprar na cidade. Ou seja, eles não receberam, mas havia uma expectativa muito grande em relação a isso”, concluiu.

Prisão do mandante

O mandado foi cumprido pelos policiais civis da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) e pelo Grupo de Repressão a Narcóticos (Genarc) de Catalão.

Segundo o delegado, ao ser preso, o homem estava acompanhado da esposa – que não é alvo de investigação da polícia. “Ele entendeu o que estava acontecendo e permaneceu tranquilo durante a ação dos policiais. Já a mulher aparentava desconhecimento e se mostrou surpresa”, considerou.

Prisões

No dia 30 de outubro, a DIH prendeu, em Porto Nacional, Pedro Henrique Martins Soares, 25 anos, indiciado na condição de executor do duplo assassinato.

O segundo executor, Jaberson Gomes, também foi identificado e indiciado pela DIH. Porém, durante a fuga das equipes da PCGO acabou morto em um confronto com a Polícia Militar do Estado do Tocantins.

Em 9 de novembro, uma mulher e um homem suspeitos de serem os intermediadores do crime foram presos por policiais civis da DIH nas cidades de Porto Nacional e de Palmas, ambas localizadas no Estado do Tocantins.

Os dois intermediários confessam em detalhes suas participações no crime e apontam o mandante preso na tarde de ontem como responsável por todo o planejamento do crime. De acordo com as investigações, todos os envolvidos são alvo de provas e elementos informativos que detalham a participação de cada um deles.

A motivação para os crimes seria a atuação das vítimas em processos judiciais contra familiares do suposto mandante que envolvem disputa de terras em São Domingos, nordeste goiano. Os advogados tiveram conversas antes da morte, nas quais registraram o que fazer ante o receio de morrerem vítimas de homicídio.

(Com informações do Jornal Opção Online)

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