Em viagem para a Ásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi mais um dos brasileiros que resolveram dar pitaco e analisar a péssima fase da seleção brasileira. Em entrevista coletiva no Vietnã, neste sábado (29), o político falou sobre a demissão de Dorival Júnior após a derrota de 4 a 1 para a Argentina na última terça (25) em Buenos Aires, pelas Eliminatórias da Copa de 2026. Para o político, a culpa do atual momento da seleção canarinho não é somente do treinador.
“Acho que todo brasileiro é capaz de comparar essa seleção com as outras que tivemos, acho que temos um problema. Não temos mais aquela exuberância. Você imaginar que a gente teve Ronaldinho, Ronaldão, Kaká, Rivaldo e Adriano, e o que você tem hoje, há uma diferença muito grande. O problema não é trocar de técnico“, comentou.

O presidente acrescentou que se fosse o técnico da seleção, iria privilegiar os jogadores que atuam no país. “Ao terminar o Brasileiro, eu convocava os melhores 22 jogadores que jogaram aqui, que estão comendo o sal desse país, e colocava para jogar na seleção. Nós precisamos ter em conta porque um time de segundo escalão na Inglaterra é mais importante que um time de primeiro escalão aqui. Quantos jogadores estiveram no Botafogo, no Flamengo, agora tem no Corinthians, no São Paulo, que podem ir para a seleção? É uma questão de opção. Técnico não faz milagre. Nós estamos em uma época em que a geração de jogadores não é a melhor para um país que nós já tivemos”, analisou.
Luiz Inácio Lula da Silva chegou a temer um vexame diante dos hermanos pior ou igual ao que aconteceu na Copa de 2014, quando o Brasil foi goleado por 7 a 1 para a Alemanha jogando no Mineirão. Lula ainda pediu respeito aos argentinos e deu uma alfinetada no fato de Raphinha ter havia prometido “dar porrada” nos jogadores da Argentina dentro e fora de campo.
Sobre o substituto de Dorival, Lula afirmou que gosta da ideia de ter técnicos estrangeiros como Ancelotti e Guardiola, mas destacou que por aqui tem muitos profissionais de qualidade também. “O problema é que quando você não tem as peças que precisa, as coisas não acontecem. É só você ver onde aconteceram os gols, você vai perceber de quem foi a falha. O que eu admiro na Europa é que quando o centroavante perde a bola ele volta correndo. Aqui no Brasil, o cara muitas vezes põe a mão na cintura. É preciso mais esforço físico e mais esforço coletivo. Se a gente fizer isso, até eu posso ser técnico da Seleção“, brincou.