Doadora é uma professora que vive com R$ 1 500 por mês e ajuda marido com problemas de saúde
As doações que uma professora fez à Igreja Universal do Reino de Deus como forma de validar sua fé, foram condenadas pela Justiça que ordenou que a instituição devolva a quantia de R$ 204.500. Por estar “em falta com a igreja”, os pastores teriam dito à fiel que ela deveria fazer as doações para provar sua fé e receber a resposta para a solução dos problemas de sua vida.
A doadora vive com um salário de R$ 1 500 por mês e tem gastos com a saúde debilitada do marido. Ela alega que após conversar com outras pessoas e assistir vídeos se deu conta que sua fé não dependia de realizar sacrifícios que impusessem a ela e sua família uma situação crítica financeira.
O juiz Carlos Alexandre Böttcher, da 4ª Vara Cível do Foro Regional de Itaquera, julgou que a professora foi vítima de coação na realização das doações, além de ter sofrido pressões psicológicas pelos membros da organização religiosa para realização de tais sacrifícios financeiros. Além disso, o juiz afirmou que as campanhas de doação promovidas pela igreja “revelam-se como prática de pressão moral injustificada”.
Segundo apontado na ação proposta contra a Universal pela Defensoria Pública de São Paulo, a Igreja Universal teria se recusado a fazer uma oferta de acordo. Eles continuam alegando que a doadora “estaria se distanciando de sua fé”. Com isso, o juiz determinou que os valores deverão ser restituídos à autora com correção monetária e juros legais a partir de cada desembolso.
