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Festa de Ano-Novo pode ter levado à rebelião com mortes em Goiás, diz revista

de Antônio Paulino
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Uma festa de réveillon entre detentos pode ter sido uma das causas do motim que deixou nove mortos, no dia 1º de janeiro, na Colônia Agroindustrial do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em Goiás. Áudios trocados entre os presos, revelados pela revista “Veja”, indicam que o consumo de bebida alcoólica influenciou no confronto entre duas alas rivais do presídio.

“O que dá a entender é que eles se embriagaram demais e caíram para dentro da área do seguro. Aí rolou essa carnificina toda”, diz um dos detentos. “A rebelião não estava planejada. Eles tomaram umas cachaças”, acrescenta.

Nas últimas 24 horas, outras duas rebeliões ocorreram no Complexo Prisional. Na noite de quinta-feira, os presos da Colônia Agroindustrial realizaram um novo motim, mas a intervenção da polícia impediu que houvesse mortos e feridos. Um detento conseguiu fugir durante a confusão. Na manhã desta desta sexta-feira, o levante dos presos ocorreu na unidade de regime fechado. Por volta das 7h, a polícia controlou a situação e começou um procedimento de revista na unidade.

Outro áudio reveleado pela “Veja”, que registra a conversa de um agente penitenciário, mostra como os funcionários não tinham condições de conter o motim. “Daqui dá pra ouvir o tanto de tiro que está rolando. Eu saí para fora. To deixando o pau moer. Não tem como eu fazer nada. Tentei evitar que eles fugissem. Mas já fugiu um monte. Tentei pegar dez, mas só consegui agarrar um”, afirma.

RebeliãoNa quinta-feira, o GLOBO mostrou que a prisão tem apenas 20 agentes penitenciários para cuidar de 1.254 presos, o que representa uma média de um agente para 62,7 detentos. A proporção é 11 vezes menor do que o recomendado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), vinculado ao Ministério da Justiça.

Os profissionais trabalham em regime de plantão, divididos em grupos de cinco a cada turno. Assim, levando-se em conta somente os presentes no trabalho em seu turno, a média é de um agente responsável por 250,8 detentos. As informações foram transcritas em relatório técnico da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás, após inspeção na prisão, determinada pela ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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