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“Ele não queria o anonimato”, diz delegado que investiga o caso do adolescente que matou vizinha

de Antônio Paulino
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Crime

O caso ocorreu no início da tarde de quarta-feira (23), em um prédio do Jardim América, na região sul da capital. As imagens de uma câmera de segurança mostram o menino entrando no elevador do imóvel, minutos após Tamires ser morta.

Segundo a Polícia Civil, após esfaquear a adolescente, o garoto seguiu até a escola estadual onde ambos estudavam e contou para o coordenador o que havia feito. Logo depois, a corporação foi acionada e o menor apreendido.

O corpo da adolescente foi velado na Casa de Velórios de Pires do Rio na quinta-feira (24), pois era a cidade da família dela. O enterro ocorreu às 11h, no Cemitério Explanada, no mesmo município.

A mãe do adolescente suspeito do ato contou ao G1 que viu o corpo da vítima na escadaria do prédio. Na hora, ela disse que teve um “apagão” e desmaiou, sofrendo um princípio de AVC. Ela também disse que o filho precisa pagar pelo que fez.
Investigação

Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, o menino confessou o ato infracional durante conversa informal. No depoimento formal, colhido ainda na Central de Flagrantes, ele foi orientado por seu advogado a ficar em silêncio.

“A investigação apontou que ele já planejava esse crime desde o seu aniversário [em junho], quando recebeu um dinheiro da família como presente, comprou uma faca e desde então a levava para a escola. Ele tinha como alvos três adolescentes do sexo feminino, que são pessoas mais vulneráveis e facilitaria a execução do crime por parte dele”, explicou.

A faca e a camiseta do garoto, ambas com manchas de sangue, foram recolhidas e serão periciadas. O delegado disse que o menor apresentava um comportamento frio e não demonstrava arrependimento durante a conversa. Ele também não explicou o motivo de ter atacado a vítima, diferentemente do que vislumbrava em relação aos outros dois alvos.

“Uma das meninas, simplesmente porque gostava dele, ele disse que iria matar. A outra ele disse que queria ver o luto de todo mundo da classe, talvez seria uma menina mais popular, mas não temos essa informação definida”, salienta.
Internação provisória

A internação provisória foi determinada pelo Juizado da Infância e Juventude no fim da tarde de quinta-feira (24), depois que o promotor Frederico Augusto de Oliveira Santos, da 4ª Promotoria da capital, fez o pedido após a oitiva informal do adolescente e dos pais dele. O depoimento foi acompanhado por um psiquiatra.

O promotor afirma que, em mais de vinte anos de atuação profissional, ele nunca havia visto algo parecido. “Trata-se de um crime grave. Eu estou nesta promotoria há quase dois anos, e há mais de vinte na profissão. Pedimos ajuda a um psiquiatra voluntário, para nos ajudar a tentar compreender esta situação, porque é algo que a gente não compreende, porque aparentemente não havia nenhuma desavença com a vítima”.

O advogado da família, Agnaldo Domingos Ramos, esteve na delegacia e informou que que vai aguardar o decorrer da investigação para definir como irá agir em relação ao caso, mas estuda solicitar uma avaliação psicológica do garoto.

“Vai depender, mas logicamente nós temos interesse que a coisa seja analisada a nível de psicologia porque estamos diante de um caso emblemático, bastante complicado. Vou acompanhar e com certeza requisitar uma questão psicológica. Mas trata-se de uma família estruturada, com uma vida cotidiana como outra qualquer”, disse Ramos.

Fontes: O Popular e G1Colégio Jardim América

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