O advogado de defesa do vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, detido pela Polícia Civil como provável assassino de 39 pessoas, em Goiânia, Thiago Huáscar, vai tentar provar que seu cliente é incapaz de responder pelos atos. O defensor conta que Tiago tem um comportamento muito fechado e que narra com naturalidade os fatos, sem qualquer arrependimento. “Ele não é normal, ele é insano, cabe à junta médica forense falar se ele é, mas depois do que eu ouvi, sem esboçar nenhum sentimento de raiva de nada, ele ia contando normal como se tivesse conversando”, diz o advogado.
Embora Huáscar tenha dito em um primeiro momento que não houve confissão, ontem, ele afirmou que não há dúvida de que seu cliente cometeu vários crimes conforme depoimentos já realizados.
Como Tiago Henrique já assumiu vários homicídios, o delegado titular da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), Murilo Polati diz que a decisão do advogado de defesa já era esperada. “Acredito eu que a estratégia agora de defesa vai ser justamente outra, principalmente, no sentido de querer declarar a imputabilidade desse rapaz”, comenta.
Conforme Huáscar, o cliente tem uma memória precisa, capaz de recordar detalhes impensáveis para a mente de uma pessoa.
O comportamento de Tiago chamou a atenção também do delegado Alexandre Bruno Barros, descrito por ele como de alguém que dificilmente olha dentro dos olhos das pessoas, durante quase todo tempo, estes estão virados para baixo e ele não demonstra medo ou outro comportamento que denote arrependimento. “Há cinco anos que eu trabalho com homicídio, investigações complexas, mas nada nesse estilo, com essa frieza e com esse requinte de detalhes que ele conta sem demonstrar arrependimento nenhum”, explica Barros.
