Detran-Semana Nacional de Trânsito
Início » SIMECAT consegue bolsa de estudo de R$ 3 mil, em cursos no SENAI, para os trabalhadores demitidos pela John Deere

SIMECAT consegue bolsa de estudo de R$ 3 mil, em cursos no SENAI, para os trabalhadores demitidos pela John Deere

de Antônio Paulino
353 visitas

Na última sexta-feira (27), cerca de 40, dos 85 trabalhadores demitidos pela John Deere, no dia 17 de janeiro, estiveram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT). O presidente do SIMECAT, Carlos Albino, anunciou a conquista de uma bolsa de estudo de R$ 3 mil, em cursos do SENAI, para os colaboradores desligados. O benefício será pago pela John Deere.

O SIMECAT pediu à empresa que recomendasse ao SENAI, a abertura de cursos específicos voltados às áreas de Elétrica Automotiva, Predial e Tornearia Mecânica. Três cursos, de grande demanda no mercado, já serão ofertados pelo SENAI: eletricista instalador predial, eletricista automotivo e torneiro mecânico.

Na reunião, houve a entrega de um documento que garantirá vaga para esses três cursos ou outros, no prazo de até 12 meses. Os demitidos que não compareceram para assinar a autorização, podem ir até a sede do sindicato até dia 9 de fevereiro.

O SIMECAT, desde dezembro de 2022, foi comunicado pela John Deere da possível demissão de 200 trabalhadores, alegando que haveria redução de 30% no volume de pulverizadores fabricados de 2022 para 2023. A queda seria de 2550 para cerca de 1700, ou seja, 850 equipamentos deixariam de ser produzidos. Somente no ano passado, quando a produção atingiu esse número, um dos maiores desde 2017, foram contratadas 400 pessoas para atender a demanda. A empresa também informou ao sindicato que passaria a fabricar 500 colhedoras de cana ao ano e não mais 520.

O sindicato segurou ao máximo, que essa medida fosse tomada pela John Deere, mas em janeiro a empresa voltou a se reunir com a diretoria para realizar os desligamentos. Foram cerca de oito reuniões, inclusive com a direção da John Deere e, em todas elas, o SIMECAT propôs medidas que evitassem as demissões, como a implantação de layoff rotativo. Mesmo não havendo um consenso, a empresa baixou o número de demissões, de 200 para 130, e no último dia 17, 85 trabalhadores foram desligados. 

O SIMECAT conseguiu evitar a demissão de 45 colaboradores, com a mudança de funções e utilização do banco de horas, o que totalizaria os 130 desligamentos previstos e continuou com reuniões para que a John Deere concedesse alguns benefícios para os demitidos. Foram solicitados os pagamentos de R$ 1,5 mil de abono, R$ 1,5 mil de vale-alimentação e uma bolsa de estudos de R$ 3 mil para cursos no SENAI. A empresa negou os pedidos e o SIMECAT continuou insistindo em pelo menos R$ 500 de abono, que também foi descartado.

A John Deere alegava que tais benefícios abririam precedente para futuras demissões, sendo que a empresa não teria obrigação de oferecer nada a mais do que o pagamento das rescisões. O SIMECAT não abriu mão de obter algum benefício para os demitidos e insistiu na oferta da bolsa de estudos, que ajudaria na qualificação desses trabalhadores e recolocação no mercado de trabalho. E pelo menos, essa vitória foi conquistada.

Na negociação, após os desligamentos, o SIMECAT conseguiu uma vitória importante: o fim dos contratos temporários na John Deere, a partir de agora, e a efetivação dos trabalhadores que atualmente possuem contratos a prazo determinado em curso e que não sejam desligados da empresa. Apenas continuarão os contratos de experiência, até 90 dias, o que representa outra conquista, considerando a legislação trabalhista atual (até 2 anos).

Outro acordo firmado é que a John Deere comprometeu-se a realizar e apresentar um estudo, visando oportunidades de insourcing de atividades que atualmente estão sendo realizadas fora da fábrica, com vistas, a eventualmente, passarem a ser executadas internamente, impulsionando o número de postos de trabalho. A John Deere também concordou em criar um projeto com o objetivo de avaliar oportunidades de que mais serviços, peças e/ou produtos para a sua produção, sejam fornecidos por empresas sediadas em Catalão. O planejamento, ações e resultados obtidos serão reportados ao SIMECAT, periodicamente. Será criado um Comitê com representantes da empresa e do sindicato, que mensalmente, se reunirá, para apresentação da evolução do projeto. Por fim, o SIMECAT também garantiu que a empresa avalie, em futuros processos seletivos, currículos dos trabalhadores desligados, que serão enviados pelo sindicato.

O SIMECAT continuará mobilizado, acompanhando de perto, a situação dos 45 trabalhadores que foram poupados dos desligamentos, evitando que mais demissões sejam realizadas. Desejamos boa sorte aos companheiros (as) demitidos (as) e que Deus abençoe a todos com dias melhores!

Lara Cristina Alves – Assessoria de Imprensa

0 comentario
0

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário