Uma ampla reforma da Previdência, como meio de se salvar os Estados e a própria União do colapso financeiro e fiscal, foi defendida pelo governador Marconi Perillo durante palestra que realizou na abertura do Painel Especial sobre a Crise Financeira Estadual realizado ontem e hoje (22) na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Ao lado do governador anfitrião, Pezão e do economista, Raul Velloso, Marconi iniciou suas explanações tecendo críticas às imposições feitas pelo Congresso Nacional e a União. “Se não fizermos a reforma da Previdência, os Estados vão falir”, disse.
“Muitas vezes os governadores e prefeitos são acusados de incompetentes, pouco resolutivos, omissos ou de pouca coragem para enfrentar desafios graves”, afirmou Marconi. “Na verdade, grande parte dos problemas que os estados vivem hoje está diretamente ligada a decisões que são tomadas no Congresso Nacional, ou a partir de iniciativas do governo federal que são compulsórias”, disse ele. “Nós somos obrigados a cumpri-las. Nós não temos mais o que fazer do ponto de vista de programas de austeridade, teto de gastos. Tudo o que tinha de ser feito, foi feito”, afirmou.
O governador informou ainda que Goiás, no último trimestre, registrou crescimento de mais de 4,5 vezes em relação ao PIB nacional. “No acumulado do semestre nós tivemos um crescimento maior do que o Brasil de 1%. Mas nesse segundo trimestre nós crescemos 4,6 vezes mais do que o Brasil no PIB. Isso com base no salto de 22% da agroindústria”, afirmou. “Nossa balança comercial já alcançou 44 meses seguidos de superávit. Só em agosto o superávit foi de 344 milhões de dólares”, disse o governador.
Marconi também citou os números do emprego. “Pelo oitavo mês seguido tivemos saldo positivo no emprego. Perdemos apenas para os estados de São Paulo e Minas Gerais, os dois mais populosos do Brasil”, acrescentou. O governador disse que fez o dever de casa ao destacar ter reduzido a estrutura do Estado a dez secretarias; aprovado a PEC dos gastos (que significa limite na variação de inflação ou da receita corrente líquida, o que for menor) e ter conseguida que as receitas primárias sejam superiores às despesas.