O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu demissão da chefia do Ministério na tarde desta segunda-feira, 28. O afastamento foi decidido após a polêmica do vazamento de um áudio em que o ministro afirmou priorizar o repasse de verbas a municípios indicados por um pastor evangélico, sob demanda do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Ribeiro permaneceu 20 meses no cargo e foi o terceiro ministro a comandar a pasta.
Ribeiro chegou a se reunir com Bolsonaro nesta segunda. Na carta sobre sua saída, Milton alega que deixou o cargo para que não duvidem do seu não envolvimento ao “gabinete paralelo” no MEC comandado por pastores. “Decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal”, escreveu.
No áudio anteriormente divulgado, o ministro havia afirmado que sua principal prioridade era “atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, “a pedido especial do presidente da República”. O pastor mencionado por Milton é o goiano Gilmar dos Santos. Gilmar é líder do Ministério Cristo para Todos em uma das Assembleias de Deus em Goiânia.
A partir da polêmica, nesta segunda, o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, chegou a pedir a exoneração do ministro. Para ele, Milton deveria ser demitido “para nunca mais voltar”.