O Governo de Goiás está em processo de habilitação junto ao Ministério da Saúde para realizar transplantes de pâncreas e pâncreas-rim. Com a autorização, o Estado se tornará o primeiro no Centro-Oeste a promover esse tipo de cirurgia, muito comum em pacientes com diabetes tipo 1. O credenciamento está em fase final de análise e a expectativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é iniciar a nova modalidade de transplante já em 2021.
O objetivo é que as cirurgias sejam feitas no Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG), que já promove o mesmo tipo de procedimento com fígado e rim. Com mais de 500 transplantes concluídos, o hospital goiano é referência, sendo o 5º maior centro transplantador renal do país.
Gerente de Transplantes da SES, Katiúscia Freitas conta que o Estado trabalha para aperfeiçoar esse serviço, que é vital. “Goiás tem mostrado potencial de atender os pacientes e melhorar sistema de transplante como um todo. Acredito que, no futuro, teremos condições de caminhar em busca de outros transplantes”, projetou.
Mais que ampliar o leque de atendimentos do HGG via Sistema Único de Saúde (SUS), o transplante pancreático representa esperança aos goianos que porventura precisarem desse tipo de procedimento. Isso porque, segundo protocolos da Saúde, quando um órgão é captado no Estado, mas não pode ser transplantado no local, ele é disponibilizado na fila nacional de espera. No entanto, assim que habilitado, o HGG poderá priorizar os receptores daqui, o que deve acelerar o acesso dos goianos à cirurgia.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil possui atualmente 57 pessoas na fila de espera para transplante exclusivo do pâncreas, enquanto outras 445 aguardam a modalidade simultânea (pâncreas e rim).
Katiúscia disse que a busca pela habilitação do HGG é motivada pelo desejo de garantir conforto aos pacientes que dependem do transplante para melhor qualidade de vida. “Queremos oferecer toda a estrutura para que a pessoa não precise se deslocar até outros Estados em busca do transplante”, relatou. “Isso mostra a preocupação do Governo de Goiás em atender quem está na fila de espera. Por trás dessa lista, estão pessoas. Estamos falando de vidas.”
Sobre as equipes
O serviço de transplante renal no HGG já realizou, até meados de setembro deste ano, 487 cirurgias do tipo. Já o transplante de fígado ocorre desde julho de 2018. De lá pra cá, o hospital concluiu 19 cirurgias. Todo esse trabalho é feito por duas equipes especializadas, já autorizadas pelo Ministério da Saúde.