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Ação resgata 36 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Catalão e em outros municípios de Goiás

de Antônio Paulino
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Uma operação resgatou 36 trabalhadores que estavam em situação análoga à escravidão em cidades do interior de Goiás. Eles trabalhavam a extração de madeira de eucalipto, pedra portuguesa e produção de carvão. Três menores estavam trabalhando e parte do grupo não tinha sequer estrutura de banheiro.

A Superintendência Regional do Trabalho em Goiás e o Ministério Público do Trabalho fizeram a ação entre os dias 21 de setembro de 2 de outubro nas cidades de Catalão, Campo Limpo de Goiás, Joviânia e Vicentinópolis. Os nomes dos sete empregadores não foram divulgados.

Nenhum deles tinha registro e não recebia direito trabalhistas como férias, 13º salário e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Os salários pagos a eles eram, em média, R$ 1,5 mil. Os menores, no entanto, recebiam apenas R$ 500.

Os trabalhadores não recebiam equipamentos de proteção ou ferramentas de trabalho, precisando comprar com o próprio dinheiro ou tendo o valor descontado em seu salário quando fornecido pelos empregadores. Alguns deles ficavam alojados em estruturas improvisadas, sem local para cozinhar e sem receber uma quantidade suficiente de água potável.

“Metade dos trabalhadores são do estado de Goiás e a outra metade, de outros locais, mas que vieram para o estado em busca de trabalho. Como não conseguiram outras oportunidades, acabaram aceitando essas condições para ter uma forma para sobreviver”, disse o auditor-fiscal do trabalho e coordenador da operação, Roberto Mendes.

Os sete empregadores que mantinham os funcionários em condições similares à escravidão tiveram as empresas interditadas. Somadas, as verbas rescisórias totalizam R$ 365 mil. Dois deles pagaram os direitos trabalhistas aos funcionários. Com relação aos demais, será aberta uma ação civil pública para conseguir, na Justiça, o pagamento dos direitos trabalhistas.

Foram aplicados cerca de 150 autos de infração, que totalizam mais de R$ 1 milhão. Eles ainda podem responder por manter alguém em situação análoga à escravidão. A pena pode chegar a oito anos de prisão.

“Os empregadores são pessoas que já trabalharam antes em carvoarias, pedreiras, e decidiram ter o próprio negócio, então eles dizem que esse tipo de trabalho sempre foi feito assim, que os encargos trabalhistas são muito altos e se fossem pagar não conseguiriam manter o negócio”, disse o auditor fiscal.

A cozinha e as camas eram improvisadas, sem o mínimo conforto e higiene
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