Quase todos os companheiros políticos do governador Ronaldo Caiado estão reclamando e criticando o início tumultuado da gestão. Quem não fala abertamente solta o verbo entre amigos e grupos fechados. A queixa é contra a maneira como estão sendo tratados nesse início de governo, apesar de reconhecerem que a situação é complicada.
O problema é que Ronaldo Caiado não recebe no Palácio das Esmeraldas os aliados. Muitos prefeitos do MDB, por exemplo, que deixaram de apoiar Daniel Vilela, não estão sendo recebidos pelo governador. Além de não conversar com os companheiros, Caiado ainda não nomeou os indicados por seus apoiadores, que esperavam encaixar nomes na equipe de governo. Até agora continuam sem nomeação os cargos de segundo e terceiro escalão.
Há notícias de que muitos que ajudaram Ronaldo Caiado a ganhar no primeiro turno tomam “chá de cadeira” de horas no Palácio esperando para serem recebidos. Até um deputado federal muito bem votado foi visto esbravejando por conta da demora em ter seus pedidos atendidos. “Nada que pedi aqui foi atendido, nada aqui funciona”, gritava o nervoso deputado na semana passada.
O próprio prefeito de Catalão, Adib Elias, que foi coordenador da campanha de Caiado, e responsável por convencer vários prefeitos do MDB a apoiar o democrata, está encontrando dificuldade para falar com o governador. Se continuar assim por mais alguns dias, Caiado deverá perder muitos companheiros que estiveram do seu lado na campanha passada.
Com o funcionalismo estadual, o prestígio do governador está em baixa e até protestos estão fazendo contra o atraso do pagamento dos salários do mês de dezembro. Foi o que aconteceu em Catalão semana passada, quando Caiado esteve na cidade para inaugurar a ampliação do fórum local. Se a atual situação persistir por muito tempo, Ronaldo Caiado poderá enfrentar sérias dificuldades para tocar a administração de Goiás. Sem apoio político e da população a coisa fica inviável.