O presidente Jair Bolsonaro e as pessoas em seu entorno gostam de exibir um estilo de vida modesto. Já entraram para o anedotário do marketing político os vídeos que ele gravava em sua casa no Rio de Janeiro para as redes sociais, tendo ao fundo uma bandeira do Brasil grudada com fita crepe na parede, e as cenas, já como presidente eleito, dele comendo pão francês com leite condensado direto sobre a mesa, sem se dar ao luxo de usar um prosaico prato. Dias antes do Natal, durante estadia na Ilha de Marambaia, área militar na Costa Verde do Rio, a assessoria de imprensa de Bolsonaro divulgou fotos dele lavando roupa na máquina e estendendo um calção molhado no varal.
Nos primeiros dias de governo, tanto o presidente quanto seus ministros usaram canetas de esferográficas das mais simples para assinar documentos da mais alta relevância, em atos de enaltecimento da modéstia. Genuína ou apenas um golpe de propaganda, o fato é que essa simplicidade deve imprimir novos hábitos em Brasília. Em vez de chegar tarde e virar madrugadas, o trabalho começa e acaba cedo.
Em vez de restaurantes caros e sofisticados, os pontos de encontro informais do poder migrarão aos poucos para galeterias e para bufês de comida por quilo. Em vez do uísque ou do “poire”, licor de pera dos tempos de Ulysses Guimarães, sucos. Quando há álcool, geralmente é cerveja.